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21 de março de 2017

QUASE 6 MILHÕES DE CRIANÇAS VIVEM EM SITUAÇÃO DE EXTREMA POBREZA NO BRASIL

Celebra-se hoje o Dia Mundial da Infância, conforme instituiu o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com a intenção de lembrar os países da importância de se olhar para as novas gerações. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são aproximadamente 60,5 milhões de brasileiros entre 0 e 19 anos. E, apesar de avanços em ações para a faixa etária, na opinião de especialistas, o país tem muito a evoluir.

Dados do Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil, lançado nesta terça-feira pela Fundação Abrinq, destacam que 17,3 milhões de crianças e adolescentes até 14 anos 40,2% da população da faixa etária vivem em domicílios de baixa renda. Desses, 5,8 milhões (13,5%) em situação de extrema pobreza.

Quando os dados são analisados por regiões, é possível identificar que os locais com maior concentração de pobreza, consequentemente, têm mais crianças nessa condição. No Nordeste e no Norte estão os piores cenários, com 60% e 54%, respectivamente, vivendo em casas com renda per capita familiar inferior à metade do salário mínimo. “Há uma relação entre esses indicadores e as vulnerabilidades sociais. É preciso olhar para eles com atenção aos detalhes, com uma lupa. O Brasil é um país muito desigual e as crianças acabam sofrendo as consequências da desigualdade”, comenta a administradora executiva da Fundação Abrinq, Heloisa Oliveira.

As vulnerabilidades sociais estão intimamente relacionadas. Há consequências diretas para a criança inserida na baixa renda, entre elas, o aumento da violência, o estímulo ao trabalho infantil, a falta de saneamento básico, uma pior condição de saúde. Entretanto, Heloisa destaca que há fatores associados à pobreza, mas há outros que são resultado da falta de um olhar mais atento das autoridades, de prioridade nas políticas públicas. Um dos exemplos está no Distrito Federal. Em 2015, mais de 56 mil pessoas foram assassinadas no país, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Dessas, 10.465 tinham entre 0 e 19 anos e 159 eram do DF. A média brasileira de homicídios de crianças e adolescentes por armas de fogo foi 20,7% em 2015. No DF, 27,1%.

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