Os investigadores da Polícia Federal responsáveis pela operação Carne Fraca avaliam os ataques desferidos pelo governo e por entidades de classe ligadas ao agronegócio como uma forma de tentar desviar o foco do esquema de corrupção descoberto pela investigação.
No entendimento de integrantes da investigação, o “barulho” feito após as revelações sobre problemas sanitários nos frigoríficos e as afirmações de que a atuação da Polícia Federal deve ter impacto na economia servem apenas para evitar o debate sobre as “relações espúrias” entre grupos políticos e agentes públicos do Ministério da Agricultura.
“Temos excelente material de análise e muita coisa ainda sob sigilo. A operação é grande e ainda vai crescer bem mais”, comenta um investigador. Para ele, após a reação do governo e das empresas, as pessoas “esqueceram completamente” da corrupção envolvida no caso e as notícias ganharam um novo enfoque. “Agora, elas estão focadas só no suposto problema causado no setor de exportação de carne”, disse o investigador.
Sobre o objetivo da Carne Fraca, o investigador lembra que a operação é conduzida por agentes federais da delegacia de Repressão ao Crime Organizado, a mesma envolvida na operação Lava Jato, e, por isso, tem como foco possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo agentes públicos e privados.
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